YouTube suspende conta de Trump por tempo indeterminado
Ex-presidente dos EUA teve a conta restrita em 12 de janeiro e plataforma ainda não tomou decisão final.
O YouTube ampliou na última terça-feira (26) a suspensão do canal de Donald Trump por tempo indeterminado. É a segunda vez que a plataforma prorroga a decisão de impedir que Trump envie novos vídeos ou faça transmissões ao vivo.
“À luz das preocupações com o contínuo potencial de violência, o canal Donald J. Trump permanecerá suspenso. Nossas equipes estão vigilantes e monitorando de perto a evolução da situação”, informou um porta-voz do YouTube.
O bloqueio aconteceu pela primeira vez em 12 de janeiro, alguns dias depois de apoiadores do ex-presidente dos EUA invadirem o Capitólio, e tinha efeito por uma semana.
Na terça passada (19), a empresa ampliou a suspensão por mais 7 dias. Agora, foi anunciada a restrição por tempo indeterminado.
O canal do ex-presidente dos EUA permanece no ar, mas ele não pode fazer novos envios e os comentários em vídeos existentes ficam desabilitados.
Restrições ao advogado de Trump
O YouTube também impediu, temporariamente, que o advogado de Trump, Rudy Giuliani, se beneficie de seu programa de "parceiros", segundo informações da agência AFP.
O advogado, que acumula 600 mil assinantes em sua conta, não tem mais acesso a determinadas funções e não pode mais receber dinheiro dos anúncios veiculados nos vídeos.
A plataforma afirmou que Giuliani desrespeitou de forma reiterada as regras da plataforma, no que diz respeito à desinformação durante as eleições americanas.
O YouTube anunciou que canais que publicarem vídeos com desinformação sobre as eleições americanas serão penalizados e impedidos de fazer novos envios por uma semana.
Segundo a plataforma, a medida vale para qualquer perfil, incluindo o do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A decisão foi tomada um dia depois de apoiadores de Trump invadirem o Congresso durante reunião que validaria vitória de Joe Biden nas eleições de 2020. Momentos antes da invasão, o presidente americano discursou afirmando que não aceitaria o resultado eleitoral.
O YouTube derrubou vídeo postado por Trump durante a invasão, por conta de "risco de violência". Nele, o presidente pedia que os manifestantes voltassem para casa, mas continuava a alegar, sem provas, que a eleição foi ilegítima.
Em dezembro, a plataforma atualizou suas políticas para incluir regras para a remoção de vídeos que alegassem fraudes nas eleições americanas. Porém, punições mais severas só passariam a valer a partir de 21 de janeiro, um dia após a posse de Biden. Com o anúncio desta quinta (7), a penalização foi antecipada.
"Devido aos eventos perturbadores que ocorreram ontem, e dado que os resultados das eleições já foram certificados, a partir de hoje qualquer canal que postar novos vídeos com alegações falsas que violam nossas políticas receberão um strike", afirmou o YouTube.
Segundo as políticas do YouTube, um canal pode ser encerrado se descumprir as regras de uso. A cada violação, a conta recebe um "strike" – um tipo de aviso e punição.
O 1º "strike" impede a conta de enviar novos vídeos por uma semana, entre outras restrições. Se uma conta receber uma nova punição dentro de 90 dias, a publicação de conteúdos fica restrita por duas semanas. E, após 3 "strikes", o canal é derrubado em definitivo.
"Durante o último mês, nós removemos milhares de vídeos que espalhavam desinformação alegando que fraudes generalizadas mudaram os resultados das eleições de 2020, incluindo diversos vídeos que o Presidente Trump publicou em seu canal", disse a plataforma em um comunicado.